A fábrica de Évora da multinacional norte-americana Kemet Electronics quer suspender os contratos de trabalho a 30 funcionários, durante um período de seis meses, alegando redução da produção, denunciou hoje à agência Lusa fonte sindical.
“A empresa tem a intenção de avançar com um processo de ‘lay-off’ para cerca de 30 trabalhadores, a partir do dia 30 deste mês, durante um período de seis meses”, adiantou Hugo Fernandes, trabalhador da empresa e delegado sindical.
De acordo com o mesmo dirigente do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI), a administração da fábrica de Évora avançou com uma primeira intenção de “lay-off”, que não se concretizou.
Este processo foi cancelado, explicou, por não cumprir “os requisitos processuais”, após “uma intervenção do SIESI junto da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT)”.
“Já fomos informados que a empresa tem a intenção de avançar com um novo processo de ‘lay-off’. Estamos à espera da documentação a fundamentar a necessidade da medida”, acrescentou.
Para o sindicalista Hugo Fernandes, a suspensão dos contratos de trabalho aos 30 trabalhadores não se justifica, já que “as quebras de produção” que a empresa alega “não são visíveis”.
Além disso, argumentou, a fábrica de Évora da Kemet Electronics “tem recebido muitos apoios do Estado português para manter os postos de trabalho, para formação e para inovação e competitividade”.
A fábrica da Kemet Electronics na cidade alentejana, que emprega cerca de 350 trabalhadores, produz condensadores de tântalo para telemóveis e para a indústria automóvel.
A Lusa contactou a empresa para obter esclarecimentos sobre este processo, não tendo a administração, até ao momento, prestado qualquer informação. |