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olharevora

Um olhar crítico/construtivo sobre a cidade de Évora

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Um olhar crítico/construtivo sobre a cidade de Évora

Alta velocidade

15.11.10 | barak

De Évora ao Caia são apenas 90 quilómetros e se houvesse uma linha de caminho-de-ferro a CP Carga pouparia 126 quilómetros numa viagem entre Sines e a fronteira espanhola.

Actualmente o labiríntico percurso de Sines a Espanha faz-se pelo ramal de Vendas Novas até Setil, pela linha do Norte até ao Entroncamento, pela linha do Leste até Torre das Vargens (Ponte de Sor) e pelo ramal de Cáceres até à fronteira de Marvão. Ao todo são 440 quilómetros. Mas de Sines para Badajoz via Évora seriam só 314 quilómetros, o que significa poupanças enormes no tempo de viagem (1h48 a menos considerando uma velocidade média de 70 km/h), em custos de energia (a linha para Badajoz seria toda electrificada) e na taxa de uso a pagar à Refer, que seria de menos 122 euros por comboio.

O problema é que a linha de mercadorias para o Caia está embrulhada no mesmo pacote da parceira público-privada do troço Poceirão-Caia do TGV. A via convencional segue paralela à de alta velocidade precisamente naquele troço, construída a um custo marginal porque beneficia das economias de escala de um projecto de 1359 milhões de euros.

Se o TGV parar, ter-se-ia de lançar um novo concurso, buscar financiamento e pagar mais caro por uma infra-estrutura que esteve para ser mais barata.

Para a CP Carga isto é como um naufrágio à vista do porto. Em Maio, a electrificação chega a Évora, mas de pouco servirá se os comboios continuarem a ir pelo Entroncamento para poderem chegar a Espanha. C.C.