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olharevora

Um olhar crítico/construtivo sobre a cidade de Évora

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Protesto adia cirurgias em hospitais do Alentejo, mas não se nota em dois centros de Saúde

30.03.10 | barak

A greve dos enfermeiros provocou hoje o adiamento de "várias cirurgias programadas" em hospitais do Alentejo, garantiu fonte sindical, apesar de a paralisação não ser visível em dois centros de Saúde do distrito de Évora visitados pela agência Lusa.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

"Os enfermeiros do turno da noite nos hospitais de Évora e de Elvas aderiram a cem por cento à greve", disse fonte do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Segundo a mesma fonte, "dos 149 enfermeiros do turno da manhã no Hospital de Évora, 116 estão em greve, o que representa uma adesão de 78 por cento", enquanto no Hospital de Elvas "dos 39 enfermeiros escalados, 33 fazem greve, numa adesão de quase 65 por cento".

"Tiveram de ser canceladas várias cirurgias programadas para hoje, porque não há enfermeiros para levar os doentes até ao bloco operatório", afiançou o SEP.

Quanto ao Hospital de Beja, Edgar Santos, coordenador do SEP no Alentejo, deu como exemplo à Lusa a adesão à paralisação entre os enfermeiros do bloco operatório.

"Dos 16 que estavam escalados, 12 estão em greve, pelo que há salas do bloco fechadas e cirurgias adiadas", disse.

No que respeita aos centros de Saúde da região, o SEP ainda não detinha, por volta das 10:30, dados suficientes para fazer uma análise global.

Mas, logo às 08:00, na abertura do centro de Saúde de Viana do Alentejo, a cerca de 30 quilómetros de Évora, a Lusa constatou que a normalidade reinava, sem que a greve fosse visível.

A enfermeira que começou o turno às 08:00 apresentou-se ao serviço e, meia hora depois, ainda não tinham aparecido utentes a solicitar serviços de enfermagem.

Às 09:00, a outra enfermeira escalada no mesmo centro de Saúde, também não aderiu à greve.

Já em Évora, apesar de a sala de espera de uma das Unidades de Saúde Familiar (USF) locais, a Salus, estar cheia, às 09:00, com utentes à espera de consulta com o médico de família, os enfermeiros foram trabalhar.

Uma das enfermeiras, de serviço desde as 08:00 e que preferiu não ser identificada, confirmou não ter aderido hoje à paralisação, assim como o colega que entrou às 08:30.

"Já atendemos vários utentes que vieram levar injeções, logo por volta das 08:30", explicou.

Contudo, a mesma profissional deixou em aberto a possibilidade de vir a fazer greve na quarta feira.

"Apesar de hoje não ter feito greve, aderi à que foi realizada em janeiro e amanhã (quarta feira) logo se verá como vai ser", afirmou, manifestando a sua concordância com as reivindicações na base do protesto.

"Os enfermeiros, apesar de serem licenciados, continuam a ser tratados, no acesso à carreira e em termos de vencimentos, como se só tivessem o bacharelato", lamentou.

Os únicos dados disponibilizados pelo SEP sobre centros de Saúde indicavam que, na zona de Beja, a greve é hoje de "cem por cento” no de Castro Verde e ronda os "64 por cento" na unidade da capital de distrito.

Em termos nacionais, o SEP divulgou hoje que cerca de 92 por cento dos enfermeiros estão em greve, enquanto os dados do Ministério apontam para uma adesão de 50,59 por cento no primeiro turno, na segunda feira.

A greve, a segunda desde o início do ano, começou às 14:00 de segunda feira e deverá prolongar-se até quinta feira de manhã.

Em causa estão as atualizações salariais e a valorização da carreira dos profissionais de enfermagem.