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olharevora

Um olhar crítico/construtivo sobre a cidade de Évora

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Um olhar crítico/construtivo sobre a cidade de Évora

Eduardo Luciano - GOP e golpes

28.01.10 | barak

“Finalmente o Salão Central Eborense, edifício emblemático da cultura citadina, vai entrar em obras de recuperação. O respectivo projecto cujo relatório preliminar foi aprovado por júri especializado no passado dia 18 de Junho, vai desenvolver-se no âmbito de uma parceria público-privada, tendo já obtido parecer favorável do IGESPAR. As obras deverão iniciar-se ainda no decorrer do mês de Agosto, sendo expectável que se encontrem concluídas no fim da Primavera ou princípios do Verão de 2010”.

Acabei de ler uma “notícia” colocada na revista “Évora Mosaico”, Julho de 2009, editada pela Câmara Municipal de Évora. Sempre que passo pelo edifício em questão, pergunto-me sobre quem será o empreiteiro que está a realizar as obras, para lhe endereçar os meus parabéns pela forma limpa e sem provocar qualquer incómodo como as está a realizar. Como nunca me consegui cruzar com nenhum dos trabalhadores que afanosamente estão a recuperar o Salão Central, convenci-me que teria de esperar pela próxima primavera e pela conclusão das obras para manifestar o meu contentamento. Andava eu neste contentamento quando deparei com um pequeno parágrafo escondido no meio das Grandes Opções do Plano que anunciava, nem mais nem menos, que “a reconstrução do Salão Central tem agora novas condições para o seu início, no âmbito do contexto da parceria públco-privada estabelecida”. Mas então as obras não tinham começado em Agosto do ano passado? Não estariam prontas no fim desta primavera? Aquele anúncio glorioso, em tempo de pré-campanha eleitoral, que garantiu a capa daquela edição da tal revista, paga por todos nós e de distribuição gratuita, afinal não tinha credibilidade? Percorrendo as tais GOP lá vamos encontrar outras grandes opções cujos anúncios de realização já foram propalados mais do que uma vez. Ou em alturas eleitorais, ou quando é preciso demonstrar pública ambição, há sempre um título de jornal, um anúncio no espaço publicitário do Município nesta rádio, uma entrevista ao presidente da câmara, lá vêm as trombetas avisar o povo que o Complexo Desportivo está quase, a remodelação da Mata e Jardim Público será para o ano, a via de cintura/ramo nascente vai avançar de forma galopante, o Parque do Conhecimento “Frei Manuel do Cenáculo” está sempre a arrancar. Ficamos a perceber melhor a importância que tem a comunicação e a publicidade neste estilo de gestão. Quanto maior é a aflição e o medo de perder o poder, maior a necessidade de investir em meios que permitam vender expectativas como realidades. Deve ser por essa razão que no orçamento ontem aprovado pelo PS, com o beneplácito do PSD, se fala da crise global e de condicionantes orçamentais, de constrangimentos financeiros que afectam em muito o Plano de Actividades na área do desporto, mas que se aumenta tranquilamente a dotação orçamental para publicidade e comunicação. O PS julga saber que mais importante do que fazer é anunciar que se faz. O que parece não saber é que mais cedo que tarde os cidadãos irão acertar contas. Nesse momento não haverá anúncio fantasioso que promova a salvação.

Até para a semana

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