Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Quase 180 mil utentes vão ser servidos pelo novo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central, resultante da reestruturação de serviços na região de Évora e cuja criação foi esta terça-feira oficializada em Diário da República, avança a agência Lusa.
Este novo ACES resulta da fusão dos Agrupamentos de Centros de Saúde do Alentejo Central I e II, passando a abranger todos os serviços de cuidados de Saúde primários nos 14 concelhos do distrito de Évora.
A reestruturação, já anunciada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo no início de Setembro, como a agência Lusa noticiou na altura, foi esta terça-feira publicada em Diário da República (DR).
A portaria, consultada pela Lusa, está datada de 25 de Setembro e foi assinada pelos ministros da Saúde, de Estado e das Finanças e Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Paulo Macedo, Vítor Gaspar e Miguel Relvas, respectivamente.
As alterações ao “mapa” da organização dos centros de Saúde na região de Évora visam “uma combinação mais eficiente dos recursos disponíveis e de factores geodemográficos, no respeito pela nomenclatura de unidades territoriais para fins estatísticos (NUTS) como princípio agregador”.
“Para o efeito, procede -se à fusão das atribuições cometidas aos actuais Agrupamentos de Centros de Saúde do Alentejo Central I e Central II num único ACES, denominado Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central”, com vista a obter “sinergias e uma maior capacidade operacional”, refere ainda a portaria.
O novo ACES do Alentejo Central vai servir 179.065 utentes e é constituído pelos centros de Saúde de Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Portel, Redondo, Reguengos de Monsaraz e Mourão, Vendas Novas, Viana do Alentejo e Vila Viçosa.
Os recursos humanos do ACES totalizam 763 pessoas, dos quais 143 são médicos e 210 enfermeiros, repartindo-se os restantes por outras categorias profissionais.
No início de Setembro, a ARS do Alentejo assegurou que o objectivo da reorganização é oferecer "uma maior e melhor prestação dos diferentes tipos de cuidados de Saúde".
Com as alterações, sublinhou, "será possível optimizar os recursos existentes e a capacidade instalada, aproveitar as sinergias e aumentar a eficiência e a eficácia dos serviços".
No Alentejo existem também o Hospital do Espírito Santo, de Évora, e as Unidades Locais de Saúde do Baixo Alentejo e do Norte Alentejano.
O Conselho de Ministros aprovou ainda, na última quinta-feira, a criação da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, que vai integrar o hospital e o ACES daquela sub-região.
A poesia de vários poetas portugueses e brasileiros, como Fernando Pessoa ou Adélia Prado, vai “andar à solta” no Fórum Eugénio de Almeida, em Évora, nos próximos dias 13 e 14, no espetáculo “Recital à Brasileira”.
Integrada no Ano do Brasil em Portugal e com o apoio da Fundação Eugénio de Almeida, de Évora, trata-se de uma iniciativa da Companhia da Outra, projeto criado pela atriz brasileira Elisa Lucinda.
O espetáculo é baseado na poesia de vários autores portugueses e brasileiros, com destaque para a obra de Fernando Pessoa e seus heterónimos.
Os poemas, assegurou hoje a Fundação Eugénio de Almeida (FEA), vão ganhar “uma inesperada vitalidade no corpo e na voz” das duas atrizes brasileiras que protagonizam o recital, Elisa Lucinda e Geovana Pires.
“A atriz e encenadora Geovana Pires forma com Elisa Lucinda uma dupla emotiva, que revela parte da dor e do humor do poeta que tinha na língua portuguesa a sua pátria”, realçou a organização, aludindo a Fernando Pessoa.
Adélia Prado, Manuel Alegre, Adília Lopes, António Vieira, José Régio e Mia Couto são outros dos poetas portugueses e brasileiros que as atrizes vão declamar.
Há mais de uma década que Elisa Lucinda, igualmente poeta e fundadora da estrutura Casa Poema, sede da Escola Lucinda de Poesia Viva, no Rio de Janeiro, ensina e diz poesia “de uma forma viva e coloquial, renunciando à tradicional declamação poética”, segundo a FEA.
Para a secretária-geral da FEA, Maria do Céu Ramos, esta é “uma oportunidade única para dar a conhecer um pouco mais da cultura brasileira, bem como redescobrir os fortes vínculos que juntam dois países irmãos, com mais de cinco séculos de relação”.
“Além da língua que nos une, bem como dos laços históricos, sociais e económicos, este é, sem dúvida, o ano que celebra duas culturas” e “a diversidade de dois países”, sublinhou.
No dia 13, o “Recital à Brasileira” está marcado para as 21:30, enquanto, no dia seguinte, acontece às 18:00.
"A minha carreira política chegou ao fim. Não tenho mais nenhuma ambição política e posso considerar-me um político realizado. Fiz da política aquilo que gostava de ter feito", declarou o autarca alentejano, em entrevista à Lusa.
Natural de Cuba (Beja), José Ernesto Oliveira, de 60 anos, conquistou a Câmara de Évora, antigo bastião comunista, nas autárquicas de 2001, com maioria absoluta, e nas eleições seguintes, em 2005 e 2009, foi reeleito, mas com maioria relativa.
Antes de presidir ao município e entrar para o PS, o autarca foi militante do PCP, deputado à Assembleia da República entre 1979 e 1982 e presidiu à Assembleia Municipal de Évora de 1981 até 1990, vindo a desvincular-se do Partido Comunista em 1992.
Mostrando-se "satisfeito" com o que fez na política, o presidente da Câmara de Évora realçou que, ao fim de quase 40 de vida política ativa, não se sente "desgostoso nem arrependido" do caminho que percorreu.
"Aderi ao PCP com 18 anos, com toda a minha generosidade e utopia de querer um mundo melhor feito por aquela via, mas, mais tarde, comecei a por em causa se seria aquela a via que levava a atingir os objetivos que mantinha e mantenho e cheguei à conclusão que não", contou.
José Ernesto Oliveira disse ter saído do PCP "com todo o respeito e sem nenhum tipo de trauma", admitindo que a sua desvinculação "não tenha sido compreendida".
"Fiz, depois, o meu percurso como independente, a primeira vez que me candidatei à Câmara de Évora foi como independente e, mais tarde, vim a aderir ao PS por acreditar que a social-democracia é a única via que, à esquerda, pode construir e dar um contributo para um mundo melhor", recordou.
Questionado pela Lusa, o autarca socialista afastou a hipótese de se candidatar a outro município, defendendo que "quem está no poder local deve ter a sensação que está de passagem" e "deixar que surjam naturalmente alternativas".
"Esta é uma das pechas que só contribui para denegrir a imagem do poder local. Isto não pode ser um reinado em que se designam sucessores ou que se mantêm eternamente", considerou.