Numa região desertificada e deprimida como o Alentejo, esperava-se uma união entre os alentejanos para promover o desenvolvimento harmonioso da região.
À procura de uma vida melhor, milhares de alentejanos têm saído da região. Vão para a zona da Grande Lisboa, Algarve,Espanha, enquanto outros partem das zonas rurais para as cidades alentejanas, principalmente Évora e Beja.
O que aconteceu nos últimos anos foi que o Alentejo se foi fragmentando...Primeiro com a divisão administrativa em 4 sub-regiões:Alto Alentejo,Alentejo Central,Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, e depois por fenómenos locais de distanciamento da região,com certos concelhos a tentarem integrar-se de várias formas noutras regiões!
No Alto Alentejo,a desertificação tem provocado muitas alterações,as vilas e aldeias despovoaram-se e subsistem pequenas cidades com pouco para oferecer.O resultado é que os concelhos raianos se viraram para a Extremadura espanhola e assim tentam subsistir, por exemplo os caso de Elvas e Campo Maior que vêm Badajoz como ponto de referência.
Portalegre e os concelhos mais a norte do distrito olham para Castelo Branco como forma de unir forças para o desenvolvimento e Ponte de Sôr vira-se para o Médio Tejo.
No Alentejo Central,onde se situa a cidade de Évora, tudo se polarizou muito em redor desta cidade, principalmente no chamado "Corredor da A6", onde se incluem Vendas Novas, Montemor,Évora, Estremoz, Borba e Elvas.
Nos últimos anos porém, Évora não conseguiu impôr-se como verdadeira capital regional, o que contribuiu ainda mais para a desfragmentação do Alentejo...
Os concelhos em redor da Barragem do Alqueva olham para Espanha como a solução para os seus problemas. Évora,Montemor e Vendas Novas vão decididamente integrar-se na Área Metropolitana de Lisboa, ainda mais agora com o novo aeroporto em Alcochete e a estação do TGV em Évora.
A restante área do distrito está bastante desertificada e a tendência é para piorar.
No Baixo Alentejo também o despovoamento transformou a região em zona de passagem para o Algarve, os concelhos fronteiriços vivem com base na economia espanhola e depois temos Beja.
Durante anos a viver o fantasma do despovoamento,a cidade de Beja está neste momento a sofrer uma enorme transformação com a construção do novo aeroporto. O desafio agora é saber atraír industrias e serviços que impeçam a contínua fuga dos seus habitantes.
Finalmente, o Alentejo Litoral aumentou a sua dependência de Setúbal e da Grande Lisboa.
O porto de Sines e as suas zonas industriais e os projectos turísticos nos concelhos de Alcácer,Grândola,Santiago,Sines e Odemira fazem prever um futuro mais risonho...
De qualquer modo, a região irá ser um prolongamento para sul da área de influência da Grande Lisboa.
A conclusão é simples, ao invés da região se unir, as cidades se complementarem e promoverem um desenvolvimento harmonioso e orgulhoso de ser alentejano, a região transformou-se num salve-se quem puder, quase despovoada e subalterna às regiões envolventes mais desenvolvidas!
É triste...Um destes dias o nome "Alentejo" não passará disso mesmo, um nome de algo que já existiu!